O inteligente ou o louco, quem ganha em uma briga?
O que essa frase tem a ver com o WeWork e a série WeCrashed?
Essa semana assisti a série “WeCrashed” do Apple+ que conta a história do WeWork, a empresa modinha de coworking e colecionadora de polêmicas.
E como eu curto muito história de empreendedorismo e startups, decidi trazer um artigo contando um pouco do que aprendi com a série.
(Claro que sem spoilers rs)
Para começar a série é estrelada por Jared Leto e Anne Hathaway, que dão um show de atuação.
Grande parte da história da WeWork se resume a: Adam Neumann, um dos fundadores da empresa.
Imigrante israelense e empreendedor serial, o Adam é aquele cara que tava sempre no corre tentando embalar alguma ideia inovadora e no ponto de vista dele, revolucionária.
Dois dos primeiros empreendimentos dele: joelheiras anatômicas para bebês em fase de engatinhar e saltos sociais com o salto dobrável. Confesso que gostaria de ouvir o pitch do salto dobrável.
A ideia do WeWork surgiu no conceito de criar uma comunidade para quem morasse no mesmo prédio, transformando a moradia em uma experiência (o famoso coliving que está na moda em Sampa mêo).
Mas, uma pivotada de negócio, voltou o foco do Adam para escritórios compartilhados. Procurando seguir os hábitos de trabalho da nova geração, que eram diferentes das gerações passadas.
Então, o objetivo era transformar o ambiente de trabalho em uma comunidade lotada de experiências (e kombucha de graça).
Os outros dois co-fundadores do WeWork são Miguel McKelvey e Rebeca Neumann, a esposa do Adam.
Sem entrar em muitos detalhes de como isso aconteceu, a Rebeca criou a missão do WeWork: “elevar a consciência mundial”.
Dentro do modelo startup, ou não (até agora não decidi se o WeWork é ou não uma startup), o objetivo de Adam era crescer a qualquer custo. Abrir escritórios em todo lugar do mundo e ter o máximo de pessoas trabalhando nos escritórios.
Talvez aí esteja um dos maiores B.O.s da história da empresa.
O modelo de negócio da WeWork é: alugar um prédio, reformar e então monetizar alugando estações de trabalho. E foi justamente nesse modelo que surgiu um “pequeno” problema.
O WeWork alugava os prédios em preços ridiculamente altos pra garantir a localização e ofereciam muitos descontos pra motivar os clientes a alugarem um lugarzinho no coworking.
Mas, depois de alguns bilhões de dólares gastos e poucos dólares ganhos, a resiliência e fixação de Adam em revolucionar a indústria imobiliária, ainda eram suficientes para deixar os investidores “tranquilos”.
Ah, vale a pena mencionar que o Adam era famoso por andar descalço, independente do lugar.
Precisando de mais grana para acelerar o crescimento, surge a possibilidade de um IPO (lançar suas ações na bolsa de valores) e na mesma tacada, embolsar um belo trocado para os acionistas.
Nesse ponto, a empresa foi avaliada em 60 bilhões de dólares.
E essa operação parecia a luz no fim do túnel que precisavam.
Vou parar minha “resenha” por aqui, porque recomendo que você assista a série ou pesquise melhor sobre a história.
Mas, se quiser um breve spoiler, pesquise em qual valuation o WeWork foi listado na bolsa depois e quanto ele vale hoje.
Posso dizer que tem muita coisa que parece história de filme, loucura acreditar que essas coisas aconteceram.
Como empreendedor, aprendi muito que a resiliência, acreditar no que você constrói, confiança e ter muito dinheiro, podem tanto ser o motivo do seu sucesso, como da sua ruína.
O foco e suas metas são essenciais para não colocar em risco tudo que você lutou para conquistar.
E quem ganharia em uma briga? O mais inteligente ou o mais louco?
Essa foi a pergunta que um investidor do SoftBank fez antes de decidir assinar um cheque de 4.4 bilhões de dólares e investir no WeWork.
E aí? O louco ou o inteligente?